Cinco dicas que podem transformar sua viagem — #04

 
 

Oi, gente, tudo bom?

Vamos de mais dicas de viagens? Eu estou doido para viajar, desde 2018 não faço uma mala. A pandemia enterrou meus planos de pegar a estrada ou o avião. Mas quem sabe em 2022 o jogo vire, não é mesmo? Para tanto, vou me preparar, pois…

 
 

1) O SEGURO MORREU DE VELHO

Em alguns países é obrigatório: só entra com o seguro-saúde em mãos. Mas eu, pelo sim, pelo não, sempre levo o meu comigo “na bagagem”. Faço uma bela pesquisa de preços e contrato o serviço dias antes do embarque. Prefiro economizar em algumas outras coisas, mas dele não abro mão. Usando o Google dá até para achar algumas pechinchas (mas cuidado, quando a esmola é muita, o Santo deve desconfiar). Dou preferência para empresas do setor já conhecidas e consolidadas no mercado — mas escolho sempre a que oferece o melhor preço, não sou nem um pouco fiel. Acho que meu medo de voar seria ainda maior caso eu viajasse sem seguro. Já pensou, um ataque de pânico a 40 mil pés de altitude sem nem ter a certeza de que serei bem atendido caso precise ao chegar no destino? Aliás, será que eles cobrem esse tipo de assistência? A pesquisar…

Mas voltando ao tópico: eu já precisei, algumas vezes, solicitar médicos durante viagens. Geralmente existe um número telefônico para o qual você liga e fala com o atendente, muitas vezes em português mesmo. E eles indicam para qual hospital você deve se dirigir. Na impossibilidade de locomoção, mandam um profissional até você. Das vezes que precisei foram para coisas simples, como gripes e até unha encravada que me causava uma dor terrível, algo bem chato em uma viagem. Super recomendo.

 
 

2) UMA PEQUENA FARMÁCIA

Já que estamos falando em saúde, uma dica que dou é levar sempre remédios para eventuais necessidades durante a estadia fora de casa. E aí cada caso é um caso. Eu costumo gripar muito quando estou viajando, sobretudo no inverno. Então sempre levo comprimidos que aliviam os sintomas da gripe, descongestionante nasal, pastilhas para dor de garganta e outras coisinhas para minimizar os transtornos. É melhor ser precavido. Já pensou sair no meio de uma nevasca, doente, atrás de uma farmácia aberta (e no exterior são poucas 24h)? E se for longe? Se estiver fechada? Se o funcionário não souber falar um idioma que você também saiba? E se o remédio que você quer comprar só for vendido com prescrição médica, algo não raro na gringa? Já pensou? Por isso levo sempre meu kit. Confesso que uma vez exagerei: fui na farmácia na véspera de meu voo e só não comprei tudo porque botei a mão no juízo e deixei metade da cestinha por lá. Tinha de tudo, até gaze e esparadrapo. Mas um remedinho contra a dor de cabeça, que mal há nisso? Ainda nesse quesito, uma coisa que eu sempre levo é a receita em inglês para meus remédios para depressão e bipolaridade. Nunca me pediram no processo de imigração dos aeroportos por onde passei, mas vai que pedem, não é? Podendo conseguir a receita com seu médico, acho sempre válido. Deus que me livre ficar sem minhas medicações de uso diário.

 
 

3) CADA UM SABE ONDE O SAPATO APERTA

Eu costumo levar poucos sapatos para minhas viagens, quando não levo apenas um mesmo. Não tô nem aí se eles combinam ou não com as roupas que estou colocando na mala. Afinal, meu estilo de viagem passa longe de bares, restaurantes e baladas chiques. Sapato novo? Nem pensar. Já pensou descobrir que aquele sapato que você levou aperta seu pé, para terror de calos e unhas encravadas? Não sei se vocês já passaram por essa terrível experiência, mas caminhar sofrendo por belas ruas que deveriam ser um deleite para viajantes é puro terror. E sabemos que as horas andando durante viagens são muitas. Em Berna, na Suíça, fui parar no hospital por conta de uma unha encravada — ainda bem que estava com seguro-viagem, pois ao julgar pelo chique hospital, a conta teria sido altíssima e em Franco Suíço. E se levar sapato recém saído da loja pode ser perigoso, botar na mala aquele calçado “das antigas” pode ser um problema também. Uma amiga minha conta que, certa vez, levou uma bota “bem rodada”, digamos assim, para uma viagem. Pois ela quase se viu descalça no meio da rua, pois os dois pés da bota resolveram descolar. Pois foram direto pro lixo. Ela conta: “Moro em Salvador e minhas botas ficam boa parte da vida dentro do armário, sem uso. Por isso já perdi algumas, com o solado soltando no meio da viagem. Depois disso, resolvi levar ao sapateiro as botas de solado colado e ele costurou todas. Nunca mais tive problemas”, diz.

Mas, quando viajo para um lugar friozinho, o que gosto mesmo de fazer (caso o dia não esteja chuvoso) é deixar o sapato fechado no hotel e sair de sandália e meia. Um atentado ao bom gosto? Talvez. Mas ao gosto de quem? Para o meu, é a eterna tendência.

 
 

4) GAFES E MAL-ENTENDIDOS

Sou uma pessoa ligada em etiqueta, confesso. Já até fiz uma matéria sobre os bons modos em viagens aqui no rivotravel. Pode parecer algo ultrapassado e desnecessário, mas eu discordo. E em viagens para outros países, então, pode ser crucial para evitar uma briga ou algo mais sério. Óbvio que não temos como saber tudo. Uma vez, por exemplo, em uma cidadezinha minúscula super conservadora da Itália, eu fiz um gesto com as mãos que era considerado uma ofensa gravíssima. Meu amigo italiano que estava me acompanhando quase desfaleceu quando presenciou aquela cena acontecendo de forma tão natural em público. E na road trip que fiz com meu marido pela Nova Inglaterra, nos EUA, aconteceu um caso peculiar: saímos de um restaurante em uma pequena cidade e não resistimos a subir em uma árvore e brincar com folhas amarelas típicas do outono da região. O terreno parecia ser “de ninguém”, bem distante de uma casa. Pois não era. O proprietário chegou super raivoso, gritando. Tivemos de explicar que não sabíamos que a terra tinha dono, e que a ausência de cercas ou muros só atrapalhou nosso julgamento. Pedimos mil desculpas e dissemos que éramos do Brasil, que por lá podemos brincar nas árvores fora das casas etc. Mais calmo, ele explicou que, nos EUA, se a gente tivesse quebrado uma perna caindo da árvore poderíamos ter processado ele.

Por isso, é sempre bom dar uma lida em matérias que abundam na internet. Vai pro Peru? Que tal pesquisar sobre costumes e gafes na cultura local? Pode parecer bobo, mas é algo rápido e que pode evitar dor de cabeça. Se for para um país com rígidos códigos morais, como os países muçulmanos, acho que a regra é ainda mais válida. Mas se você, por algum acaso, cometer um deslize no exterior, não perca tempo. Peça logo desculpas. E dizer que é do Brasil ajuda demais. Os gringos nos adoram. E são capazes até de esquecer os mais imperdoáveis constrangimentos que você eventualmente tenha causado. Por precaução, grave o nome dos principais jogadores da seleção canarinha. Os estrangeiros amam falar sobre eles.

 
 

5) DESSA ÁGUA NÃO BEBEREI

Essa dica vem de outro amigo (por sinal marido da moça das botas lá de cima): para países com tratamento de água duvidoso, leve na bagagem pílulas de carvão ou garrafas de água com filtro de carvão ativado, para evitar problemas de saúde. Os produtos são facilmente encontrados na internet. Meu amigo fez isso quando foi para o Marrocos. A recomendação é sempre beber água mineral engarrafada, mas a depender do estilo de sua viagem, talvez o acesso a este tipo de bem pode ser mais difícil. E o uso é recomendado não apenas para quem vai beber o líquido. Quando foi para a Índia e o Nepal, se hospedando na casa de pessoas locais, minha mãe foi advertida pelos próprios anfitriões que ela deveria usar água mineral até para lavar o rosto e escovar os dentes. Como dizem, o seguro morreu de velho. Uma outra amiga minha, em uma viagem pela Índia, ficou vários dias internada no país, com problemas provavelmente causados pelo consumo de água não-potável. Em matéria sobre o carvão ativado, o G1 diz que a alta capacidade de absorção da substância deu a ela a função de tratar casos de intoxicação. “Além disso, o carvão ativado é usado em filtros de água para absorver as impurezas, mas uma curiosidade interessante é que ele não absorve água. Isso ocorre porque a composição química do carvão faz com que ele tenha mais afinidade com componentes oleosos”, relata o texto do portal.

Na dúvida, peça uma Coca. Se bem que vai água na Coca, né?

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