Feedback dos leitores #09 — O louco e divertido divã da caixa de comentários do rivotravel

Ler os comentários deixados por internautas em minhas matérias ou posts do Instagram sempre me agradou. Talvez por um toque narcisista, ou então para saber se estou sendo lido e se o conteúdo que tenho produzido é relevante (geralmente quem escreve quer ser lido, visto ou escutado). Por isso, adoro essa série de textos com o feedback de vocês. E o tema desta vez é: “Adoro pesquisar sobre acidentes”.

Pois é, tem louco pra tudo, não é mesmo. E eu me incluo nessa! Aliás, me incluía. Antes, eu amava ver séries de TV sobre desastres aéreos. Mas dias atrás, ao saber que a Netflix tinha estreado “Congonhas: Tragédia Anunciada”sobre o acidente da TAM em Congonhas em 2007, senti algo tão ruim dentro de mim que não pensei duas vezes: vou passar longe desse documentário.

Bem, sem mais delongas, vamos à seleção de comentários, que é o tema desta matéria.

 
 

Vamos começar pela leitora que se apresentou como Pati. Ela diz: “Nossa, que felicidade cair aqui. Achei que era a única masoquista que fica assistindo maratona de Mayday no NatGeo e depois fico com pânico de viajar. Agora estou procurando matérias sobre ‘avião é seguro’ pra ficar tranquila e visitar meu marido que mora em outro estado”.

Não vou nem entrar no mérito sobre a frase que ela usou (“que felicidade cair aqui”) e como o verbo “cair”associado a uma página sobre medo de voar me provoca arrepios. Vou comentar sobre o Mayday, um clássico de todo panicado que adora ver casos reais de acidentes aéreos. O nome original dessa produção canadense que estreou em 2003 é Air Crash Investigation. Ele examina desastres que tiveram grande apelo popular e foca nas causas das tragédias e nas histórias individuais de alguns passageiros, com cada episódio recriando detalhes do episódio, como as ações dos envolvidos e as falhas mecânicas dos aparelhos. Além da dramatização, o programa também traz detalhes sobre a investigação do acidente. Quem ficou curioso é fácil achar os vídeos nas redes sociais, buscando por “mayday desastres aéreos”. E, para quem não sabe, mayday é o termo usado universalmente para pedir ajuda e é utilizado por pilotos para comunicar à torre de controle sobre algum perigo que compromete a vida dos passageiros e tripulação.

Vamos seguir o barco, ou melhor, o avião, para ficar na mesma temática.

 
 

Amanda Brown, em seu comentário, toca num ponto importante. Ir atrás de informações ajuda bastante a lidar melhor com a própria aerofobia. Cada pessoa tem seu “ponto mais fraco”. Para uns é a decolagem, outros as turbulências, e por aí vai. Encontrar respostas em fontes confiáveis nos ajuda a ter uma relação melhor com nossos medos. Ou até vencer esse pânico.

Agora vamos ver o que Mari Oliveira comentou.

“Me vi representada nessa matéria (sobre programas de desastres com aviões)! Sou dessas panicadas que procuram todo tipo de informação sobre acidentes aéreos, mesmo sabendo que isso piora o meu medo (pois reforça o óbvio de que eu, realmente, não tenho controle nenhum sobre isso)”, diz. Ela conta que sempre teve medo e não sabe o motivo, e que esse pavor piorou muito depois do acidente de 2007 da TAM (aquele que citei lá em cima). Mari conta que nunca tinha andado de avião, mas aquilo a deixou ávida atrás de informações. Anos depois, conseguiu viajar (com uso de Rivotril, que a acalmou, mas não a fez dormir). “Estava em Berlim quando aconteceu o acidente da Chapecoense. Fiz o possível para não procurar informações, mas passou até em noticiários de lá. Não sei como consegui pegar o voo de volta. Este ano vou para os EUA”, afirma. Ela diz que vai continuar com a terapia e tentar um remédio mais forte para dormir (espero que com orientação psiquiátrica). Para Mari, ficar acordada durante o voo, mesmo com uso de medicamentos para a ansiedade, sempre é sinônimo de pensamentos ruins. “E vou continuar tentando me manter longe do Mayday, que já vi várias vezes. Obrigada pelo excelente trabalho com o site e em fazer os panicados se sentirem representados. E aos entrevistados agradeço por compartilharem suas histórias. É bom ver que não estou sozinha! De certa forma, ajuda muito no meu processo de terapia”, conclui.

É verdade, saber que não estamos sozinhos nessa viagem panicada ajuda muito, né?

E para finalizar:

 
 

Espero que a viagem para Orlando tenha sido boa e que ela tenha curtido bastante. Pois pior que voar com medo é voar com medo e nem ter um certo prazer depois do pouso. Já pensou? Aí sim é pânico.


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Feedback dos leitores 08

 
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